Homenagem ao meu pai
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Homenagem ao meu pai, Newiton Amador Garcia


Meu pai ao lado de um de seus maiores ídolos corintianos

Hoje (quando criei coragem para escrever essas linhas) é dia 29 de dezembro de 2010. 39 dias se passaram desde o dia mais triste da minha vida. 20 de novembro de 2010. O pesadelo, iniciado algumas semanas antes, atinge seu ponto mais cruel. Meu pai, meu melhor amigo, foi morar junto de Deus.

Não consigo segurar as lágrimas ao iniciar esse texto. Faltam-me palavras para dizer tudo o eu gostaria de dizer sobre o meu pai.

Newiton Amador Garcia. Qualidades não faltaram a esse grande homem. Tinha defeitos, claro. Quem não tem? Mas, com certeza, as qualidades sobressaíam. Dentre todas elas, há duas que merecem destaque: a simplicidade e a honestidade.

Simplicidade que o fazia “ganhar o dia” ao ganhar uma simples caneta comprada no trem, por exemplo. Simplicidade que o fez dizer certa vez, para minha mãe: “Bem, quando eu receber o 13º salário, vou comprar uma melancia”. "Poxa vida, pai!", gritamos todos juntos, "esperar receber o 13º para comprar uma melancia?! Quem ouve pensa que somos miseráveis, que passamos fome..." rsrsr... Sacaram o tamanho da simplicidade do homem?

A honestidade também foi uma qualidade marcante no meu pai. Nunca surrupiou um centavo sequer de ninguém (bom, o dinheiro que davam para ele pagar o ônibus e que ele guardava e ia a pé não conta, né?... rsrs).

Mas, como esse é um site sobre o Timão, vamos falar sobre a maior paixão do meu pai: o Corinthians.


Minha mãe e o Corinthians: dois dos grandes amores do meu pai

Paixão que nasceu em uma banca de jornal. Meu avô, palmeirense, levou seus dois filhos (um deles meu pai) para comprar um chaveiro do Palmeiras. Quem disse que meu pai quis? A beleza do nosso emblema fez meu pai optar pelo chaveiro do Coringão, no que meu tio Dioniro foi no mesmo embalo. Nasciam ali dois grandes corintianos, que anos depois iriam passar essa paixão para os seus filhos.

E por essa paixão, meu pai agüentou amargos 23 anos sem títulos. E se orgulhava disso. Qualquer reclamaçãozinha que eu dava quando o time perdia algum jogo importante, lá vinha meu pai com a mesma frase: "Calma filho, eu fiquei 23 anos sem ver o Corinthians ser campeão e..." "Tá bom, pai, eu sei". E lá vinha ele com as histórias de 77. Que viu o jogo “não sei onde”, que foi dormir mais de 3 horas da manhã, que ouviu a entrevista do Wladimir, etc... Histórias que não mais ouvirei. Emoções que não mais sentirei. Momentos que não mais viverei.

Falar da vida do meu pai sem falar de Corinthians é impossível. Todo jogo, lá estava ele, ou na frente da TV, ou com o radinho colado no ouvido. Se tinha que sair, levava o radinho ou dava um jeito de ouvir o jogo em algum lugar. Perder o jogo, jamais.

Isso foi outra coisa que aprendi com meu pai: a ficar sempre perto do Corinthians. Ele não ligava se era uma final de Campeonato Brasileiro ou um amistoso com o XV de Jaú. A importância era a mesma. Ele não gostada de determinado campeonato. Ele gostava DO CORINTHIANS.

Tamanha é a ligação Meu Pai-Corinthians que, quando ele faleceu, faltavam ainda 3 jogos para terminar o Brasileiro de 2010. Minha irmã não conseguiu mais ver o fim do campeonato, meu sobrinho chorou nos gols do Corinthians contra o Vasco e por aí vai. O corintianismo dele contagiou toda a família. Posso afirmar, sem medo de errar, que se hoje, eu, minha irmã, meus sobrinhos e minha mãe somos corintianos fanáticos, foi tudo obra do meu pai.


A família inteira contagiada pela "Paixão Corinthians"

Para mim, nunca mais um jogo do Corinthians será como antes.
Se for um jogo que eu não consiga ver, vai faltar a ligação do meu pai a cada gol.
Se for um jogo pelo rádio, vai faltar a mania dele de mudar de estação de 5 em 5 minutos.
Se for na TV, vai faltar ele no sofá e o nosso aperto de mão após cada vitória.
Se for no Pacaembu, vai faltar nossa andança da Barra Funda até o estádio, o amendoim antes do jogo e o abraço após o gol.
Enfim, vai faltar a razão pela qual eu sou corintiano.

Onde vou tirar minhas dúvidas sobre determinado jogo agora?
Tá certo, tenho vários livros e revistas que contam praticamente toda a história do Corinthians. Mas e a emoção do meu pai contando? E as suas histórias repetitivas sobre 77, sobre a Democracia? Isso não terei mais...

Jamais esquecerei o que ele me disse poucos dias antes de falecer. Chamou-me, deu-me sua mão e disse: “Fião... meu amigo... meu companheiro de Pacaembu. Vamos ver muitos jogos do Coringão juntos ainda...” Vamos sim, pai. Eu daqui, você daí de cima.


Eu, Lucas e meu pai: companheiros de Pacaembu...

Bom, para terminar (afinal, preciso para de chorar...) gostaria de agradecer imensamente a TODA A MINHA FAMÍLIA E AMIGOS, pelo grande e confortador apoio que nos deram nesse momento tão difícil. A prova de amor que você nos deram não poderia ter sido maior. A todos vocês, um MUITO OBRIGADO.

E, claro, gostaria de lhe agradecer, meu pai, pelo exemplo de homem que você foi, sempre paciente, sempre otimista em relação a tudo.

Em nome de todos, posso afirmar que você foi um ÓTIMO pai, avô, bisavô, marido, filho, irmão, tio, cunhado, sogro, padrinho, amigo, companheiro de trabalho, etc...

Tenho certeza de que do lugar onde você está, sempre nos guiará e nos iluminará. Pode deixar que eu, a Paulinha, a Mila, a Su, o Zé... (a família é grande, deixa pra lá) cuidaremos direitinho da mãe, tá?

Farei o possível para seguir seu caminho e exemplo.

Muito obrigado por ter sido ESSE PAI MARAVILHOSO E ESSE CORINTIANO DOENTE.

FIQUE COM A PAZ E A LUZ DE DEUS.

TE AMO MUITO.

Victor Hugo Brizotto Garcia
29 de dezembro de 2010


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