Até o ano de 1990, o Corinthians já
havia conquistado 20 vezes o Campeonato Paulista e 4 o Torneio Rio-São
Paulo. Porém, faltava uma conquista no âmbito nacional para coroar uma
história gloriosa.
Quase ganhamos o Brasileiro em 76, quando perdemos a final para o
Internacional, mas desta vez não escapou.. Com um time não muito
técnico, mas com muita raça e garra, o Corinthians conquistou seu
primeiro título nacional.
O começo não foi lá aquelas coisas: 2 derrotas em 2 jogos, em casa (3 x 0 para o Grêmio e 1 x 0 para o Cruzeiro).
Vicente Matheus trocou Zé Maria por Nelsinho Batista e a coisa mudou: o time fica 11 partidas sem perder e termina
a 1ª fase na 4ª colocação.
Quartas de Final
Vieram então as quartas-de-final.
O primeiro jogo ocorreu no dia 24 de novembro, no Estádio do Pacaembu. Logo aos 15 minutos de jogo, o time mineiro abre o placar e deixa a Fiel mais tensa. O placar permanece inalterado até os 30 minutos do segundo tempo.
Foi aí que a estrela de um dos maiores ídolos da Fiel começou a brilhar. Neto empata de cabeça e faz a festa da torcida.
Mas Neto ainda guardava mais alegrias naquele dia. A 5 minutos do fim, Neto aproveita um vacilo na zaga atleticana e vira o jogo, levando a Fiel ao delírio.
Com a vantagem a seu favor, o alvinegro foi ao Mineirão e segurou o empate em 0 a 0.
No primeiro jogo decisivo, outra vez o talento de Neto decidiu.
Logo aos 4 minutos, ele cobrou uma falta na medida para Wilson Mano
fazer 1 a 0. Com méritos, o Timão segurou a vitória e foi para a
finalíssima, no domingo, precisando apenas do empate.
O Corinthians
entrou em campo no dia 16 de dezembro para se sagrar campeão brasileiro
pela primeira vez em sua história. Mas com um time muito equilibrado,
conseguiu ganhar outra vez do tricolor, com um gol (chorado) de
Tupãzinho, aos 9 minutos do 2° tempo.
O Corinthians não era mais um time
regional. Com muita raça e mesmo sem muitas estrelas, aquela equipe
havia entrado para a história alvinegra.
Na Seleção do Prêmio Bola de Prata, dois nomes: Ronaldo e Marcelo.
Tupãzinho, autor do gol salvador, dá o seu depoimento:
“Foi uma decisão
emocionante. A adrenalina estava a mil. O São Paulo era favorito, mas
conseguimos ganhar devido à força do conjunto. Não tínhamos estrelas,
mas a equipe estava entrosada, determinada. Nos classificamos mal, mas
depois o time subiu de produção e cresceu até as finais. No jogo, o São
Paulo partiu para cima, mas faltando 10 minutos para acabar o primeiro
tempo, começamos a melhorar. No segundo tempo, fiz o gol aos 8 minutos.
Na hora, eu queria só a vitória, não tinha ainda a noção do título. Só
depois é que me dei conta. Foi um dos jogos mais importantes da minha
vida.”
Em pé: Giba, Jacenir, Marcelo, Guinei, Márcio e Ronaldo;
Agachados: Fabinho, Wilson Mano, Tupãzinho, Neto e Mauro.
O jornal do dia seguinte
(Foto: Arquivo Victor Hugo)
A taça do primeiro brasileiro
(Foto: Arquivo Victor Hugo)