A conquista do Brasileiro de 98 foi diferente das demais conquistas corintianas. Por que?
Bom, pelo simples motivo de o campeonato ter sido vencido por um time que, podemos dizer, não fazia sofrer muito.
O time estreou com vitória (1 a 0 contra o Vasco, em pleno Maracanã), algo raro e inédito desde 1993. No começo, dá um show de bola,
como na goleada em cima do Atlético-MG por 5 a 1, no Mineirão. Só foi perder na
13ª partida para o Bragantino (1 a 0).
O Corinthians disparou na liderança de
tal maneira que, mesmo ficando cinco rodadas seguidas sem ganhar (Cruzeiro,
Santos, Palmeiras, Goiás e Flamengo), ainda terminou a Primeira Fase na
primeira colocação, o que indicava poder jogar as partidas decisivas em casa e
com a vantagem do empate.
Mas a face sofredora do clube apareceu no mata-mata.
Quartas de Final
Nas quartas-de-final, o adversário foi o Grêmio.
Depois de conseguir a vitória por 1 a 0 lá no Sul, o Corinthians perde no Pacaembu por 2
a 0 e passa a vantagem do empate para o Grêmio.
A classificação veio apenas no
terceiro jogo, no dia 25 de novembro, no Pacaembu, com um gol de Edílson: 1 a 0.
Semifinal
Na semifinal, o Santos.
O primeiro jogo, na Vila, o Timão perdeu por 2 a 1, mas se recuperou no segundo jogo, quando ganhou por 2 a 0.
Bastava o empate no terceiro jogo, dia 9 de
dezembro, para o Corinthians disputar mais uma final de Brasileirão. Dito e feito. Depois de começar perdendo, com um
gol de Viola, o Corinthians empata com Edílson no segundo tempo e vai para a final contra o Cruzeiro. Era o bi que se aproximava.
Final
Na primeira partida, após estar perdendo por 2 a 0, o Timão foi buscar o empate. Logo
depois, o juiz deixa de marcar um pênalti claro em Edílson. O atacante Dinei,
campeão brasileiro em 1990, foi o grande destaque ao entrar, fazer um gol e dar
o passe para o outro, de Marcelinho.
O segundo jogo termina em 1 a 1. Dinei novamente foi o nome do jogo, ao entrar e dar o passe
para Marcelinho marcar. O gol do Cruzeiro foi marcado por Marcelo.
Agora, bastava o empate para o título.
Na finalíssima, disputado no Morumbi no dia 23 de dezembro, o primeiro tempo termina em 0 a 0.
O segundo tempo começa, com a entrada do pé-quente Dinei. Ele dá um maravilhoso
passe para Edílson abrir o placar, aos 25 minutos. Festa corintiana no Morumbi!
Mas ainda não havia acabado. Aos 36 minutos, ele, Dinei, cruza na cabeça de
Marcelinho, que faz 2 a 0 e acaba com o sonho do Cruzeiro. O Corinthians é
Bicampeão Brasileiro!
O artilheiro do
Timão foi Marcelinho, com 19 gols, mas o grande herói foi, sem dúvida, o craque
Dinei. Veja seu depoimento sobre as finais:
“Eu sou corintiano e fui campeão brasileiro em 90 e
98. Na fase final de 98, eu era um reserva iluminado, já que dei o passe para
quatro gols e fiz o meu. Entrava em campo e sabia que viraria o jogo. O
Luxemburgo acreditava nisso, os companheiros também e isso me dava muita
confiança. No primeiro jogo, eu entrei, fiz uma boa jogada pela esquerda e
cruzei na medida para Marcelinho diminuir. Depois, empatei o jogo. No segundo,
dei mais um passe. No terceiro, percebi um espaço entre o Marcelo e o João
Carlos. Caprichei, toquei e o Edílson fez. Depois, cruzei na cabeça de
Marcelinho, que fez 2 a 0. Foi batata.”
Na Seleção do Prêmio Bola de Prata, três nomes: Gamarra, Vampeta e Edílson, que ganhou também a Bola de Ouro como o melhor jogador do campeonato.
Em pé: Maurício, Márcio Costa, Nei, Gamarra, Batata, Silvinho, Rincón e Cris;
Agachados: Dinei, Amaral, Mirandinha, Didi, Rodrigo, Vampeta, Índio, Ricardinho, Marcelinho e Edílson.
O jornal do dia seguinte
(Foto: Arquivo Victor Hugo)
A taça de 1998, que também foi conquistada em 1999
(Foto: Arquivo Victor Hugo)