O regulamento do Paulistão de 2001 teve uma novidade: a disputa de pênaltis nos jogos que terminassem empatados:
em caso de empate com gol, um ponto pra cada e mais um disputado
nos pênaltis. Em caso de empate sem gols, somente o time que ganhasse a disputa de pênaltis ganharia um ponto.
O Corinthians
começou terrível o Campeonato Paulista. Depois do empate frente ao Rio
Branco em 3 x 3 (e derrota nos pênaltis por 2 x 1), o time perdeu para a Ponte Preta e Portuguesa Santista. Só foi
ganhar na quarta rodada, na estréia de Wanderley Luxemburgo no banco
corintiano, substituindo Darío Pereira. E justamente contra o Palmeiras.
O Timão mostrou raça e conseguiu uma bela vitória por 2 a 1. Depois
disso, o Corinthians perdeu para a Matonense, empatou com o São Caeteno em 1 x 1
(perdeu nos pênaltis por 3 x 1) e perdeu para o Guarani.
O Corinthians não
agüentava mais tantas derrotas e humilhações. Além disso, estava na 14°
colocação na tabela, na frente apenas da Matonense e da Inter de
Limeira. E o próximo jogo seria contra a Inter, em Limeira, onde o
Corinthians já entraria em campo preocupado com um tabu: o time não
vencia fora de casa à 11 meses.
Neste jogo, o Corinthians iniciou uma das mais espetaculares
reações da história do futebol mundial. O Timão venceu o jogo por 2 a 1
e saiu da zona de rebaixamento. Mais eles queriam o mais difícil: a
classificação. Vencendo a Inter, o Santos (5 a 0!!), o Mogi Mirim, a
União Barbarense, a Portuguesa, o Botafogo de Ribeirão Preto e o União
São João, todos pelo Campeonato Paulista, mais Joinville e Goiânia (2
vezes), o Corinthians acumulou 10 vitórias seguidas e se vingou das 10
derrotas. E, de quebra, conseguiu a extraordinária classificação para a
semifinal do Paulistão. Na última rodada, já classificado, o Corinthians
perdeu para o São Paulo, já eliminado.
Semifinal
Agora, iria pegar o Santos na semifinal. No primeiro jogo, no dia
6 de maio, no Morumbi, empate em 1 a 1, quando o Santos foi superior e
poderia ter acabado com o Corinthians logo no primeiro jogo. Azar deles,
que desperdiçaram a chance.
No segundo jogo, um clássico de arrepiar. O Santos precisava
apenas de um empate para ir à final. Empate este que permaneceu até o
final do primeiro tempo, graças a Dodô e Marcelinho, que
desperdiçaram um pênalti cada, para Santos e Corinthians,
respectivamente. No segundo tempo, o Santos vem disposto a segurar o
empate e o Corinthians a marca o gol que o levaria à final. Mas quem
marcou primeiro foi o Santos, com Renato. Porém, 1 minuto depois,
Marcelinho marca e deixa tudo igual. O tempo passa e o Timão não
consegue marcar seu outro gol. Os torcedores santistas já comemoravam a
classificação.
O jogo ia até os 48 minutos e o relógio marcava 47
minutos e meio. O Corinthians vem para seu último ataque. Gil desce pela
lateral, passa pelo zagueiro santista com um belo drible e cruza para
área. Marcelinho deixa a bola passar e Ricardinho, para desespero
santista e alegria corintiana, marca o gol que levou o Corinthians para
mais uma final de Campeonato Paulista. A torcida corintiana, que ainda
permanecia no estádio chorou. Chorou por ser testemunha da virada mais
brilhante e emocionante da história do Timão.
A final seria contra o
fraco Botafogo. Nunca um título estava tão fácil como desta vez.
O primeiro jogo da decisão foi em Ribeirão Preto. O
primeiro tempo dava a impressão de que o Botafogo iria complicar para
cima do Timão e terminou empatado em 0 a 0. Porém, o segundo tempo, o
Corinthians voltou melhor e fez a festa. Com 1 gol de João Carlos e 2 de
Marcelinho (um deles de falta), o Timão venceu por 3 a 0 e ficou com uma
mão, ou melhor com as duas mãos na taça.
O segundo jogo aconteceu no dia 27 de maio, com o Morumbi lotado.
Todos já se sentiam campeões, afinal, o Timão podia perder por até 3
gols de diferença. Marcelinho, o homem das decisões, estava inspirado.
Chutou uma bola na trave, deu bicicletas, enfim, era dia de festa. O
primeiro tempo terminou 0 a 0. No segundo, os botafoguenses até que
levaram um pouco de perigo ao gol corintiano, mas Maurício não deixou
que eles estragassem a festa. Fora isso, o Corinthians teve dois
pênaltis que o juiz não marcou. Não faz mal. Ao apito final, com o 0 a 0
no placar, o Corinthians comemorou seu 24° título paulista, com o
artilheiro Luizão (que não jogou pois estava machucado) mas foi ao
gramado e fez a festa com os jogadores e torcedores.
Marcelinho foi o artilheiro do Timão, com 11 gols.
Em pé: Rogério, Scheidt, Fábio Luciano, Gléguer, João Carlos, Batata, André Luiz, Kléber, Gallo e Maurício;
Agachados: Andrezinho, Marcos Senna, Gil, Ricardinho, Marcelinho, Índio, Rodrigo Pontes e Ewerthon.
O jornal do dia seguinte
(Foto: Arquivo Victor Hugo)
A taça do Paulista de 2001
(Foto: Arquivo Victor Hugo)